Por: Ruan Soares
O mercado internacional de lácteos é vasto e complexo, com uma gama de países desempenhando papéis distintos no consumo, produção e comércio desses produtos essenciais. De acordo com dados do USDA, a demanda global por leite e derivados atingiu 165 milhões de toneladas em 2008, com uma média de consumo per capita de 24,5 kg. Contudo, tais números ainda ficam abaixo das recomendações da Food and Agriculture Organization (FAO).
A União Europeia e os Estados Unidos destacam-se como os terceiros maiores consumidores globais, superando as recomendações da FAO, com ênfase especial no consumo de queijo. A China, com uma população em crescimento e mudanças nos hábitos alimentares, ocupa a quarta posição no consumo global de lácteos.
No Brasil, embora o consumo de lácteos tenha crescido até 2006, observou-se uma queda nos anos subsequentes. No entanto, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF de 2008-2009 do IBGE, o brasileiro ainda alocava em média 7,9% de sua renda mensal para leite e derivados, colocando esse setor como o segundo mais importante, atrás apenas de carnes.
A comercialização internacional de lácteos representa apenas 5% da produção mundial, sendo a União Europeia, a Nova Zelândia e os Estados Unidos os maiores exportadores. A União Europeia destaca-se pelo seu bloco de livre comércio, facilitando o transporte de derivados lácteos. No entanto, tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos também importam grandes volumes de lácteos.
O Brasil, embora seja o sétimo maior exportador de lácteos em termos de volume, representa menos de 0,5% de sua produção total. Suas exportações concentram-se principalmente nas Américas e na África, com a Venezuela como seu principal comprador.
A produção de leite no Brasil é destacada nas regiões Sul e Sudeste, mas mudanças e oportunidades de crescimento estão surgindo no Nordeste. É evidente a relevância do Nordeste na produção de leite no Brasil, contribuindo com aproximadamente 17% do total. No entanto, para além de considerações culturais, profissionais do setor lácteo apontam desafios logísticos significativos, tanto na coleta de leite quanto na distribuição de seus derivados, como obstáculos adicionais que complicam as operações nesta região.
Olhando para o futuro, o Rabobank antecipa uma recuperação moderada nos preços internacionais de lácteos até 2024. O panorama global dos commodities lácteos em 2024 será profundamente influenciado pelo comportamento da China, conforme apontado pelo Rabobank. Após dois anos consecutivos de declínio nas importações, a expectativa é de que a demanda externa do gigante asiático se estabilize no próximo ano.
No caso do Brasil, a perspectiva é de que os preços internacionais ligeiramente mais elevados possam impactar parcialmente a competitividade do leite importado em 2024. Contudo, é crucial destacar que fatores como as flutuações cambiais, os preços domésticos e a competitividade do leite do Mercosul em outras regiões serão os elementos determinantes na definição do nível de importações no próximo ano.
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fonte: Engormix ; MilkPoint
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