Por: Emily Silva
Nesta última segunda-feira, 28, foi anunciado pelos governos brasileiro e argentino que um novo mecanismo de garantia das exportações brasileiras para a Argentina está em análise pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe - CAF.
O novo mecanismo em análise pelo CAF tem grande relevância porque, em detrimento da crise econômica severa pela qual passa pelo momento, a Argentina tem tido dificuldades de comprar produtos fabricados no Brasil. Dessa forma, o mecanismo visa facilitar a aquisição de produtos produzidos no Brasil pela Argentina, em especial peças automotivas, que são largamente utilizadas como insumos para a fabricação de veículos na Argentina que, posteriormente, são exportados novamente ao próprio mercado brasileiro.
A notícia foi anunciada após a reunião de Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, com o atual ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, na sede da pasta. Sergio Massa também foi recebido, posteriormente, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
“Com o apoio e a garantia do Banco de Desenvolvimento latino-americano, que é a CAF, [garantimos] um instrumento de financiamento de exportações do Brasil à Argentina, por US$ 600 milhões, que também repercutem no financiamento das exportações de Argentina ao Brasil. A cada US$ 600 milhões que importa a Argentina do Brasil, são US$ 600 milhões que voltam da Argentina ao Brasil, em matéria automotiva, pela integração e sinergia que têm nossas indústrias de automóveis”, explicou o ministro de finanças argentino, em declaração a jornalistas no Palácio do Planalto.
A resposta final do CAF deve ser divulgada em setembro. “O Banco do Brasil vai garantir as exportações das empresas brasileiras, e a CAF vai entrar com uma contragarantia para o Banco do Brasil. Existe a possibilidade, inclusive, da gente nem precisar acionar o fundo garantidor das exportações brasileiras, que é do Tesouro Nacional, junto ao Proex [Programa de Financiamento e Garantia às Exportações]”, explicou o ministro brasileiro Fernando Haddad.
Dessa forma, os exportadores brasileiros que realizarem vendas para a Argentina terão seus pagamentos intermediados pelo Banco do Brasil, que irá assegurar a realização das exportações das empresas nacionais e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe irá entrar com uma contragarantia para o Banco do Brasil.
Além do novo mecanismo de facilitação de exportações brasileiras para a Argentina, Sergio Massa também anunciou que os dois gigantes sul-americanos irão retomar o acordo bilateral de transporte marítimo que havia sido interrompido em 2021 por decisão do governo brasileiro. O acordo estipula que a movimentação de mercadorias entre os dois países deve ser feita, de preferência, em navios registrados em um dos dois países em questão, assegurando, assim, uma reserva de mercado para impulsionar a Marinha Mercante do Brasil e da Argentina.
Ademais, a renovação do acordo Santo Tomé e São Borja, cidades que estão localizadas nas fronteiras da Argentina e do Brasil, respectivamente, também foi anunciado pelo ministro argentino. Segundo ele, a renovação do acordo Santo Tomé e São Borja “[...] De alguma maneira, nos permite seguir administrando como centro de gestão e documentação todo o processo de cruzamento de fronteira, e a facilidade logística na aduana que move 60% do comércio bilateral, do ponto de vista logístico de caminhões”. As duas cidades fronteiriças compartilham uma ponte internacional que representa a principal entrada de produtos comercializados por via terrestre entre os dois países.
Fonte: Comex do Brasil
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